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Posicionamento do CAEQ sobre o plano de retomada da Unicamp

No dia 11/11, ocorreu a 1ª Plenária dos Estudantes da Química da Gestão Primavera, cuja pauta única foi o debate sobre o Plano de Retorno das Atividades Presenciais na Unicamp. A partir da discussão realizada, uma das solicitações dos estudantes presentes foi a escritura de uma nota com o posicionamento da gestão a respeito do retorno gradual das atividades de graduação na Unicamp. Sendo assim, o CAEQ vem por meio desta nota trazer e reafirmar seu posicionamento sobre este tópico.


O Plano de Retorno da Unicamp caracteriza-se por uma solução baseada no ideal de produtivismo acadêmico, sob pressão do governo do estado de SP, que analisa de forma leviana o cenário atual do país. Em meio a uma grave crise sanitária que não apresenta um fim próximo, é descabida a atitude que a Universidade toma ao começar a reabrir para suas atividades de graduação presenciais. Até o momento, temos cerca de 170 mil óbitos e mais de 6 milhões de casos confirmados no Brasil, com a atual perspectiva de piora dessa situação.


A volta às atividades de graduação presenciais no atual momento significaria a volta de mais de 30 mil estudantes e 8 mil trabalhadores, sem contabilizar os trabalhadores terceirizados, ao campus. Por mais que o plano preveja a separação em turnos dos estudantes, os funcionários terão que trabalhar por um período muito maior, ficando assim mais expostos ao risco de contaminação. Além do próprio convívio na universidade, grande parte da comunidade depende de transportes públicos para se locomover ao campus, novamente expondo-as a um grande risco.


Logo, o CAEQ não concorda com o Plano de Retorno publicado pela Reitoria, porém, como já havíamos nos posicionado exaustivamente ao longo do ano (Manifesto), a manutenção do ERE (Ensino Remoto Emergencial) também não é viável. Então o que fazer em um cenário onde ambas as “alternativas”, que não são realmente alternativas, pois foram impostas de forma vertical à comunidade, não se mostram efetivas?


Nossa resposta para isso tem como base os pilares da Universidade Pública: o ensino, a pesquisa e a extensão voltados à população. Tendo em vista o momento em que o ensino está precarizado, foquemos em pesquisa voltada ao combate à COVID-19 e problemas consequentes e em extensão para alcançar a população em sua totalidade, pois este é o dever da Universidade. Como exemplos de outras Universidades, citamos o curso de Pedagogia da UNIFESP - Campus Guarulhos, que tem feito Comitês Sanitários de Defesa Popular, com o intuito de prestar solidariedade classista às comunidades que estão desassistidas pelo Estado durante a pandemia. Uma de suas atividades é usar o espaço da universidade para aulas de reforço às crianças da comunidade local que também passam dificuldades com suas atividades escolares à distância.


Desta forma, o CAEQ conclui, após extensas discussões e leituras junto à comunidade, que o melhor a se fazer no momento não é a volta extensiva de toda a população universitária, e sim voltar os recursos disponíveis no ambiente universitário para a produção de itens necessários no momento atual, tais como álcool 70% e álcool em gel, além de continuar realizando pesquisa voltada à COVID-19 e promover a atuação junto a comunidades necessitadas.


Gestão Primavera - CAEQ 2021


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